(Filme) Spartacus Seriado

Recomendo para quem gostou do filme 300 de Esparta, esse é um bom seriado, sobre gladiadores, veja a baixo:

Uma das maiores expectativas que tinha para esse ano de 2010 era a nova série do canal Starz: Spartacus: Blood and Sand. Com um ótimo elenco, massiva publicidade e nomes como Sam Raimi e Joshua Donen responsáveis pela produção, chego a afirmar que contava os dias para poder assistir ao piloto. Minha contagem foi interrompida quando tive a surpresa de descobrir que os dois primeiros episódios haviam “vazado”. Quase duas horas depois, venho humildemente nesse espaço para dizer se realmente valeu a pena esperar tanto da série. E a verdade é que…

Spoilers Leves:


Valeu. Séries de época são trabalhosas e detalhistas, pois qualquer detalhe, o menor que seja, pode fazer um projeto milionário transformar-se em lixo em questão de segundos. E percebemos a preocupação com os detalhes logo nos primeiros minutos do piloto. Não é difícil você acreditar que estamos mesmo na Roma Antiga, e muito menos sentir o clima que causa angústia no nosso herói. Vendo com um olhar mais aguçado, percebe-se a sutil escolha de tecidos, as armaduras, a maquiagem, absolutamente tudo foi tratado com o maior respeito que eu esperava. E aí já está um trunfo para a série.

Vale destacar também a excelente direção de arte da série. A fotografia é impecável e o recurso utilizado nas cenas de luta – igual ao do filme 300 -, onde vemos em câmera lenta a carnificina rolar solta, fez um efeito visual muito bonito. E o interessante é que o recurso é propositalmente usado à exaustão. Mas ao invés de enjoarmos, ou acharmos exagerado, queremos cada vez mais ver sangue e mais sangue voar em câmera lenta pela tela – Eu, pelo menos, queria -. Cenas como a da Arena de Gladiadores e a da mulher de Spartacus colhendo frutos, serviram para comprovar o quão fantástica é a fotografia da série.

O que eu disse nesses dois primeiros parágrafos deixa claro o quanto a série é boa em aspectos técnicos. Mas nem só de efeitos especiais vive uma série, e se fosse só por isso, ficaria com 300 que tem recursos idênticos. Para nos prender semanas após semanas acompanhando uma série na TV (ou no nosso caso, computador), um bom roteiro e um elenco afinado é o que precisamos, e aí é que mora o único defeito aparente de Spartacus.

A trama do escravo que virou um famoso gladiador e liderou uma imensa Revolução no Império Romano já é bem conhecida, e já vimos o nome de Spartacus em inúmeros livros e filmes. Por isso mesmo, a série precisaria mostrar que não é só mais do mesmo, que eles são capazes de mostrar um lado de Spartacus que nunca foi visto antes, nem na literatura, nem no cinema e muito menos na TV. Se considerarmos então o excelente filme do Stanley Kubrick, onde Spartacus foi interpretado por Kirk Douglas, a missão da série era ainda mais difícil.

Infelizmente, não vi muita identidade na série. O que a difere de outras adaptações dessa mesma história? O que a difere de outras séries épicas, como Rome? O que a difere, tecnicamente, de 300? A resposta para todas essas perguntas é: NADA. Por sorte, isso está longe de ser um problema. Primeiramente porque o resultado final foi bom. Souberam pegar o melhor de cada um desses que citei, o que não deixou com que parecesse uma cópia barata de um ou outro, mas sim uma trama que aprendeu com suas antecessoras o que é bom e o que não é. E em segundo lugar, convenhamos que ninguém espera que uma série mostre que é um poço de originalidade em dois episódios.Portanto, este é um defeito aceitável, uma vez que estamos no começo da série, que conseguirá encontrar sua identidade no decorrer dos episódios.

Quero terminar destacando algo que para mim fez toda a diferença: o ritmo da série. Sou o tipo de pessoa que se entendia rápido. Tramas épicas (séries e filmes) são pesadas e vagarosas, parecendo durar muito mais do que realmente duram. Mas isso não aconteceu em Spartacus. O ritmo estava perfeito. Tanto no piloto, onde toda a história do “nascimento” de Spartacus nos é contada, quanto no segundo episódio, onde os treinamentos e o sofrimento de Spartacus poderiam durar demasiadamente, mas isso não aconteceu, pois souberam administrar bem o episódio.

Findo meu texto recomendando que assistam Spartacus: Blood and Sand. Com certeza desperdício de tempo não será. E é bom que assistam novamente quando a série estrear oficialmente, dia 22. Se eu fiquei “babando” com os efeitos num pré-air de péssima qualidade, imaginem assistindo ao episódio em HD?


Fonte: http://www.seriemaniacos.com.br/blog/spartacus-blood-and-sand-primeiras-impressoes/